Foto: Elza Fiúza/Agência Brasil
Em 2021, quase 2 mil casos de feminicídio e tentativa de assassinato de mulheres foram levados a julgamento por Tribunais do Júri, segundo um levantamento feito pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ). O número é 193% superior ao de 2020, quando foram realizados 683 julgamentos.
Os dados são do Monitoramento da Política Judiciária Nacional de Enfrentamento à Violência Contra as Mulheres, ferramenta disponibilizada pelo CNJ, que tem como objetivo analisar a produtividade do Judiciário.
Segundo o mesmo estudo, os registros de casos estão aumentando – apesar de haver uma conhecida subnotificação já que muitas das vítimas temem retaliações dos seus parceiros, vergonha ou medo de não ter condições de cuidar sozinhas dos filhos.
De acordo com o levantamento, os casos de feminicídio que chegaram à Justiça aumentaram 18,75% – de 1.600 em 2020 para 1.900 em 2021. Os novos processos de violência contra a mulher subiram 12,6% – de 560 mil para 631 mil.
A promotora de Justiça do Ministério Público do Estado da Bahia (MPBA), Sara Gama, disse que a violência contra a mulher gera prejuízo de cerca de R$ 1 bilhão para o país. Segundo ela, a pesquisa foi feita pela Universidade Federal do Ceará (UFC) em 2016.
“O país perde – foi (feita pesquisa) por amostragem com as nove capitais do Nordeste – R$ 1 bilhão ao ano. É jogado no lixo (o dinheiro) em razão da violência contra as mulheres, porque as mulheres acabam saindo do mercado de trabalho, acabando tendo que ser sustentada pela Previdênica Social, quando não morrem e legam pensões que a Previdência vai ter que pagar para os filhos. Nós também pagamos por isso“, disse Sara Gama, em entrevista à Rádio Metrópole.
A promotora declarou ainda que as mulheres também têm sido vítimas de violência em contextos públicos, e não apenas no privado. “97% das mulheres, que usam o transporte coletivo, se queixam de ter sofrido algum tipo de importunação sexual“, ressaltou.
As informações são do Metro 1